Solta-me. Desata os nós que foste apertando mais e mais ao longo do tempo em que precisaste deles para não cair no abismo que está no fundo de ti. Nós estrangulam, e um humanamente animal sentindo-se acossado ataca, sem contemplações, sem medos, sem pudores. Os sedativos esbateram-se, diluíram-se na corrente, e hoje sinto-me viva. Viva e com sede de viver, de ser, de ver, de sonhar o que vou viver e o que quero ser. E quero, muito – mais que nada – sentir a glória da quebra dos grilhões, sentir a madrugada. Quero as minhas asas, que tenho, que sinto, que vejo e que estão trôpegas de carregar chumbo para não voar.
Espera. Tu não me prendes. Eu mantenho-me cativa voluntáriamente, cativa de ignobilidades que deveria nunca ter considerado possíveis. Voar? Agora.
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